sexta-feira, 10 de abril de 2009

Quando eu... (Parte 2)

Quando eu ria nas noites intermináveis, fosse ela dentro do carro, em cima do sofá ou apenas em pé, no meio do nada, não imaginaria que aquele presente, que hoje é passado, afeteria tanto o meu futuro incerto...
Quando eu dançava as canções compassadas e coreografadas nos pubs, chopperias ou ao relento, quando eu me remexia aos modos dos meus primatas em festas raves e eletrônicas ou quando eu simplesmente me emocionava com uma harmonia, composta ou não por mim, em um determinado período do dia ou da noite, eu acreditava numa plenitude infinda de felicidade e bem estar.
Quando eu estava a cinco passos do primeiro beijo, trêmulo e inseguro aos 13, quando eu endeusava as garotinhas da sexta e da oitava série, quando eu pensava que sexo era apenas sexo, mas não entendia bem como funcionava quando diziam sobre amor... quando eu apenas gostava de grunhir sons brincando com meus aeroplanos em miniatura, eu não imaginava estar hoje à beira de um colapso comigo mesmo sobre tantas coisas que podem e que não podem ser...
Quando eu estava descobrindo corpos diferentes com a filha da empregada, e quando a curiosidade tomava conta de mim em vários aspectos, eu não sabia que tudo era tão simples e tão complicado ao mesmo tempo...
Quando eu sentava nos lanches das noites ainda não terminadas, e comentava sobre os flertes que só existiram (ou a maioria foi assim) em minha cabeça, eu não imaginava que hoje eu sentiria tanta falta daquela época, em que eu nem tinha idéia do quanto um coração partido prejudicaria uma vida inteira...
Quando eu apenas vivia para o hoje da época, nunca imaginaria que uma amanhã poderia ser tão incrivelmente mágico e tão medonho ao mesmo tempo...
Quando eu vivi por outras pessoas, esqueci, em uma atitude muito infiel comigo mesmo, de viver também para mim, e aproveitar cada segundo da frustrante e mágica vida afetiva que eu tive desde que comecei a me apaixonar de corpo e alma por pessas que nunca sequer se deram ao trabalho de cativar e cultivar isso dentro de mim... e inevitavelmente eu cobrei indevidamente isso delas, sendo que eu sempre idealizava algo que nunca existia de verdade, nem para elas e nem para mim mesmo. Fui feliz algumas vezes, mas QUANDO EU quis de verdade que desse certo, e acreditei de alma que seria assim, as coisas catastroficamente tomavam sempre o mesmo rumo... e sempre corriam ladeira a baixo da mesma forma...

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