terça-feira, 28 de abril de 2009

Só uma observação para o fim de tarde...

As vezes se acelera, as vezes se freia... Tem hora que se sai correndo em disparada, mas logo adiante pára bruscamente sem qualquer razão... E assim também eu vou indo, sempre atrás... pq quando eu ia na frente, eu sempre me perdia adiante, e quado voltava, nunca encontrava aquilo que estava junto a meu lado...

Sigo na paciência, no seu ritmo, Dando 30 enquanto recebo 30... dando 2 enquanto recebo 2... sem ir muito atrás... mas sem avançar nenhum centímetro à frente.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Pela janela...

Pela janela vejo aqueles tons amarelados se transformarem no azul... Pela janela também vejo que há um tempo atrás eu tinha coisas que hoje não me pertecem mais... E não são coisas materiais, ou concretas... mas uma parte da personalidade que eu tinha se foi...
Lembro do cara de 16 anos que estava descobrindo o sexo com a primeira namorada... Lembro que esta primeira namorada queria se entregar mais, entretanto era apenas uma criança...
Lembro das melodias de madrugada que escutava por uma garota confusa (e aliás, a primeira namorada foi de fato a única menina, dentre todas que eu fiquei, que sabia pelo menos o que queria, pois TODAS as outras sempre eram confusas...) e que até hoje fazem diferença, não por ser ela em si, mas pelas sensações únicas e indescritíveis de uma época em que minha realidade era bem diferente....
Lembro das duas funcionárias da loja do meu pai, e dessas, uma que fez uma diferença tremenda na minha vida... E não pelo tempo, mas pela forma em que conduziu as coisas... hoje, é tudo um passado trancado em uma pequena caixa de arrependimento, que ocupa um espaço, mas não atrapalha as minhas outras "caixas"...
Pela janela, lembro daquela época de 3 ou 4 anos que eu me dediquei a buscar um tempo que só existiu na minha cabeça, mas que foi tão real para mim quanto o teclado em que digito essas palavras, e me lembro que tantas músicas, tantos rostos e tantas palavras ficaram guardadas, desta vez em caixas maiores, mais pesadas e mais novas aqui dentro, e que vez ou outra se destampam e fazem correr no sangue novamente aquele tempo que só existe em meu universo paralelo.
Pela janela eu olho amores impossíveis que passaram e tiveram uma importância maior do que deveria ter sido em minha vida, e que me trancaram junto com todas as outras caixas que eu guardo com tanto zêlo, e que só agora consegui parar de reviver aquilo que ao mesmo tempo, tanto me fez bem e tanto me destruiu.
Pela janela, ainda exergo adiante uma possibilidade no campo pessoal, que pode ou não dar certo. Depende de um dos dois baixar a guarda, para que os beijos, que tanto são bons, ficarem melhor ainda sem os muros que nos cercam, e os quais nós mesmos erguemos em volta de nossos tão sofridos e marcados corações...
Mas ainda que haja certa esperança e certa estima nas coisas vividas e a viver, ainda tenho aquela sensação de que meus amores verdadeiros deixaram a vida antes que eu nascesse, e ainda tenho mais medo de me deixar perder por aqueles pequenos caminhos que levam a lugar nenhum, onde inevitavelmente, as caixas estarão lá, mais uma vez, sedutoras e prontas para que você as destampe e perca mais valiosos anos de sua vida revivendo as fotos, as lembranças, as músicas, os papeis de doces e as cartas que só foram entregues a si mesmo por si próprio...
Pela janela, há minha doce e insignificante crença de que sempre pode e será diferente, embora históricamente, a vida me mostrou que nas caixas sempre haverão os mesmos conteúdos, as mesmas histórias, as mesmas perdas... A mesma sensação de ter vivido tudo e ao mesmo tempo não ter tido nada, sem trocas, sem cumplicidade, e o que é pior, sem a sensação de ter cativado intensamente alguém, como tantas vezes, tantas o fizeram perder a cabeça...
E sigo olhando para a janela, onde o dia clareia a passos lentos, onde o amarelo vai ficando azul, e onde as lembranças e nostalgias são as únicas companheiras de momento, que me remetem àquele tempo em que tudo, extremamente tudo, era intenso e mágico....

sábado, 11 de abril de 2009

Dentre as savanas de ilusões ilógicas...

Há de se entender... não é muito fácil ser opção de alguém... não é fácil estar sempre na posição de psicólogo, e não de fantasma... Não é cativante ser o invisível do lado, ao invés do rapazinho dançando do outro lado da pista... Não faz sentido ser aquele que apenas escuta o desabafo, ao invés de ser o motivo do desabafo... Não é bom ser o bonzinho que te entende nas noites, ao invés de ser o cafajeste que você sabe a placa do carro de cor... Tem horas que ser o cara legal, o cara sensível, o cara amável, educado e sensato não faz a mínima idéia, visto que se quer ser o idiota que te faz perder as noites de sono, que te faz chorar de ódio e que faz esse ódio desaparecer quando se faz presente. É legal fazer surpresas, mas há momentos que a necessidade de ser o fantasma do passado é maior do que a esperança de ser o cara que você sempre procurou no futuro...
As vezes falta aquele olhar de "como você me machuca, mas como eu preciso de você na minha vida..."
AS vezes falta o fato de ser o imbecil que te tirou todos os sonhos ao invés do trouxa que te quer fazer sonhar novamente...
As vezes falta aquela sensação de que você de fato foi amado pelo menos uma vez na sua vida, ao invés de colecionar idas e vindas e uma vasta lista de amores pelos quais você "fez tudo o que pode para dar certo"...
As vezes falta o fato de que você frustrou alguém, ao invés de ter sido frustrado...
Mas paciência... ninguém sente falta de coisas que nunca teve, nunca fez ou nunca viveu...
Viver assim é como fazer um safari por entre as savanas da mente, onde você tem medo a cada barulho, a cada movimento ou a cada metro percorrido... Você sabe o perigo real que está correndo, mas só consegue ser a ameaça quando faltam poucos segundos do "agora é tarde demais..."
Acreditar, seguir em frente, ter segurança e mudar seu estilo de vida nesses casos é algo tão útil quanto ter a certeza de que é possível cozinhar um peixe debaixo d'agua....
Não existe uma vida perfeita para quem não se permite... e não existem pessoas que realmente se permitam hoje em dia... portanto, não há vida perfeita hoje em dia. Só resta a saudade de quando você ainda era inocente... Só resta o ódio contra a vida, que te tirou a inocência das piores e mais sádicas formas possíveis...
Pode parecer depressivo ou melancólico, mas viver assim, sem saídas é muito mais condenável do que correr atrás daquela luz que nunca vai chegar, por que está no fim do túnel. E francamente, é possível que você não tenha energias para chegar até lá... seja por desistência própria ou por medo do infinito descrito em tantas linhas de poesias e contos que te faziam ter um pingo sequer de ânimo a caminhar adiante...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Quando eu... (Parte 2)

Quando eu ria nas noites intermináveis, fosse ela dentro do carro, em cima do sofá ou apenas em pé, no meio do nada, não imaginaria que aquele presente, que hoje é passado, afeteria tanto o meu futuro incerto...
Quando eu dançava as canções compassadas e coreografadas nos pubs, chopperias ou ao relento, quando eu me remexia aos modos dos meus primatas em festas raves e eletrônicas ou quando eu simplesmente me emocionava com uma harmonia, composta ou não por mim, em um determinado período do dia ou da noite, eu acreditava numa plenitude infinda de felicidade e bem estar.
Quando eu estava a cinco passos do primeiro beijo, trêmulo e inseguro aos 13, quando eu endeusava as garotinhas da sexta e da oitava série, quando eu pensava que sexo era apenas sexo, mas não entendia bem como funcionava quando diziam sobre amor... quando eu apenas gostava de grunhir sons brincando com meus aeroplanos em miniatura, eu não imaginava estar hoje à beira de um colapso comigo mesmo sobre tantas coisas que podem e que não podem ser...
Quando eu estava descobrindo corpos diferentes com a filha da empregada, e quando a curiosidade tomava conta de mim em vários aspectos, eu não sabia que tudo era tão simples e tão complicado ao mesmo tempo...
Quando eu sentava nos lanches das noites ainda não terminadas, e comentava sobre os flertes que só existiram (ou a maioria foi assim) em minha cabeça, eu não imaginava que hoje eu sentiria tanta falta daquela época, em que eu nem tinha idéia do quanto um coração partido prejudicaria uma vida inteira...
Quando eu apenas vivia para o hoje da época, nunca imaginaria que uma amanhã poderia ser tão incrivelmente mágico e tão medonho ao mesmo tempo...
Quando eu vivi por outras pessoas, esqueci, em uma atitude muito infiel comigo mesmo, de viver também para mim, e aproveitar cada segundo da frustrante e mágica vida afetiva que eu tive desde que comecei a me apaixonar de corpo e alma por pessas que nunca sequer se deram ao trabalho de cativar e cultivar isso dentro de mim... e inevitavelmente eu cobrei indevidamente isso delas, sendo que eu sempre idealizava algo que nunca existia de verdade, nem para elas e nem para mim mesmo. Fui feliz algumas vezes, mas QUANDO EU quis de verdade que desse certo, e acreditei de alma que seria assim, as coisas catastroficamente tomavam sempre o mesmo rumo... e sempre corriam ladeira a baixo da mesma forma...

domingo, 5 de abril de 2009

Sob o céu azul das 5 da manhã

Antes eu fui duas pessoas... dois "eu's" num mesmo "EU". Hoje não tenho certeza se consigo ser um só... Quando eu olho para cima, naquele céu azul indescritível e desconcertante, repouso meu espírito no silencio da minha eternidade pleiteada, que certamente me será dada como uma recompensa, ou mesmo apenas atendendo a uma necessidade minha que eu tanto clamo quando eu vejo o tom de azul do horizonte. As nuvens atrapalharam, mas aquele tempo que ali ficou eternizado sempre está presente... Sempre no presente....
Respiro fundo e sinto os sonhos passando a toda velocidade por mim. É nesta hora que eu fecho meus olhos e posso viver quantas vidas eu quiser, por que quando eu abro, é sempre aquilo ali... O eterno não muda... é incorrigível e inigualável...
É tudo completo... Digo, quase completo...
Quando se decide por ter uma amostra de como seria a vida de duas formas, fazendo ou não suas escolhas, conseguindo ou não resgatar um amor perdido e impossível que fica perdido por trás de montanhas, vales ou apenas as janelas que ficam abertas de nossas vidas, você sente falta... Você sente falta daquilo que nunca teve. Você se exclui e passa a viver uma vida vazia e cheia de angústias, que um dia vão cansar o corpo tanto quanto cansaram a alma... Mas estará sempre pronto a voltar, por que a esperança que a felicidade proporciona chega a ser cruel, por que você escolhe descer no pior dos purgatórios existem para viver 5 minutos de felicidade plena... E embora essa queda vá matando cada dia mais e mais sua alma, você sabe que precisa incondicionalmente daqueles momentos... É irremediável dispor todos os mais íntimos de seus sentimentos. Eles são frágeis, e embora se possa reparar os danos algumas vezes, em algumas circunstâncias as pequenas marcas que ficam te levam constantemente à UTI dos cronometristas da eternidade, que os colocam em camas fechadas com bolhas de vidro, e faz com que menos e menos você consiga se permitir...
E o vazio que dá, meu caro, é algo tão cruel e doloroso que você não pensa em desejar nem para a pessoa que mais odeia no mundo... O Vazio que dá é covardemente instituído em sua vida, de forma que não importa como, o que ou por que você lute por algo... Sempre vai haver aquele vago espaço dentro de locais em você que nem imaginava existir onde o vazio se instala te consome, te mata aos poucos e te rouba os 5 minutos de felicidades ditos aqui... Esses 5 minutos compensam a queda no vale do purgatório... Mas os 10 primeiros segundos de vazio te dão um medo que não seria possível descrever tamanho poder de te prender a uma parede de isopor com 2 milímetros de corda simples...
E o céu, inacreditavelmente sempre dá a resposta... Mas interpretar as respostas que se obtêm quando se opta por este estilo de vida é algo que te desgasta em todos os momentos que elas (as respostas) começam a chegar até você...
Respostas...
(Continua)