segunda-feira, 30 de março de 2009

Quando eu... (Parte 1)

Quando eu olho no espelho...
Sim, quando eu olho no espelho eu me pergunto quem eu realmente sou... Me pergunto se todas as noites até agora foram vividas com tamanha paixão que deveria ter sido... Me pergunto se, mesmo tão perdido como estou, consigo enxergar adiante uma infinidade de possibilidades, que parecem tão nulas, mas que nunca foram tão reais...
Quando eu me olho no espelho, eu me vejo naqueles lugares vazios de pessoas, mas tão cheios de vida nos quais eu sempre amanhecia... Ver que o céu se abre tão lindamente todas as manhãs, mesmo que a amargura tome conta de todos que o contemplam... Mesmo que existam nuvens, mesmo que haja chuva... Atrás de todo aquele brilho cinzento há um céu se abrindo.
Quando olho para o espelho, vejo alguém que procura se achar nos olhos de outra pessoa, e talvez descobrir a verdadeira razão de sua própria existência.
Não tenho exatamente as respostas que eu gostaria, não sei exatamente quando aquele sentimento de correr riscos vai tomar novamente forma no cara que eu vejo diante do espelho... Aliás, eu sou muito mais seguro do que o que eu vejo no espelho... seguro realmente das decisões que eu tomei de ir somente até o ponto em que não há o perigo real da queda... Onde a corda não chega até a superfície do riacho...
Mas quando eu olho no espelho, vejo o carinha que queria estar morrendo de amores por alguma estranha ou não, que queria passar noites de sábado vendo algum filme, ou talvez jantando fora, ou indo a um bom show...
Quando eu olho no espelho, enxergo pouco do que sou, muito do que fui um dia, mas tenho a absoluta incerteza de quem eu serei amanhã, quando encontrar um outro refúgio para palavras que sarem perdidas de minha mente, rumo a algum pedaço de papel que faça algum sentido para mim, mesmo quando não fizer para mais ninguém...

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